Este projeto parte da experiência de atravessar, intervir nos textos/imagens que produzimos em larga escala enquanto sociedade de comunicação. Nessa ação se procura encontrar novos sentidos entre intenção e acaso.

O meio marca a distinção entre margens ao mesmo tempo que as conecta. permeio habita o meio das midias, rearticulando discursos a partir dos atravessamentos que possibilita.

O motor da ação aqui fomentada é velar novamente para revelar, é cobrir para apurar o foco, se trata de destruir para inventar.
descrição
A visão não é passiva. Quando vemos, construímos e somos construídos por imagens. Ver, neste contexto, é reconhecer que algo está ou pode estar conectado a alguma coisa.

Vivemos num estado de saturação de imagens no ambiente urbano atual, no qual padrões estão disponíveis em todo lugar, prontos para serem consumidos.

A noção de subjetividade que funda este projeto se refere ao modo de organizar as experiências do cotidiano, os universos de sensações e representações. Essa noção incorpora uma densidade plural de sensações, de formas de pensar e de organização perceptual em oposição à unidade comumente vinculada à noção de sujeito.

As sociedades de nosso tempo convocam o indivíduo principalmente em sua função utilitário-pragmática – função capaz apenas de entrar em relação com um mundo apreendido como objetividade controlável. Esse modo exclusivo de relação cria um tipo de existência que trava a vida como potência de diferenciação e de invenção.

Neste projeto, as mídias escolhidas para intervenção são revistas, folhetos, catálogos e livros, enfim, meios de comunicação extremamente difundidos na megalópole. Meios de comunicação que, de modo geral, compactuam e difundem essa ótica que vê e trata tudo como mercadoria. Mas aqui se estabelece uma conversa com aquilo que foi feito para comunicar, instituir e difundir modos de comportamento e padrões de consumo.

Permeio procura despertar sensações carregadas de afeto, ao propor o encontro com mídias tão difundidas, porém transformadas de modo visceral. A ação de manipular as revistas num ritmo próprio e singular, num espaço propício, coloca em curso a dimensão da sensação. O decifrar das sensações transcorre a partir da invenção de sentidos que possibilitam organizar e comunicar as sensações. Assim, se coloca em curso uma espécie de aprendizado encorpado dos signos, um convite ao jogo no universo simbólico que se atualiza e se transforma no sentir.

O ser humano vive entre manter-se e transformar-se, na fronteira entre o dentro e o fora, realidades que se comunicam e se diferenciam através dos símbolos. Neste contexto, a criatividade é convocada como condição de experiência do mundo vivido como real e significativo. O trabalho acontece entre sujeito e publicações revisitadas.
2 poltronas

revistário contendo 6 objetos-publicações-atravessados diferentes entre si

iluminação: luminária de chão com spot
Seis objetos/publicações estarão disponíveis para manipulação do público. As poltronas são lugares confortáveis para a visualização, mas não são os únicos lugares possíveis. Cabe a cada um ver os objetos/publicações como lhe convier. Cada fruidor pode ficar quanto tempo quiser em cada obra, e manipulá-la conforme sua vontade. Possíveis intervenções do público nos objetos/publicações não são estimuladas, mas tampouco coibidas.

A distância entre as poltronas, bem como o espaço total da instalação - a disposição dos revisteiros e da iluminação - são variáveis. O mínimo de espaço necessário é uma área de 2 x 2m (em torno de 4m²) com altura suficiente para se ficar tranquilamente em pé.
*revista de moda feminina
as imagens se organizam a partir das cores e linhas no processo de velar e revelar | caderno | aqui se apresenta a possibilidade da criação de uma narrativa singular a cada encontro | destruição/invenção
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*revista de moda para mães e crianças
as imagens se organizam a partir das cores e dos espaços cortados | cor-em-contato-com-cor-muda-cor ou reCORte | ler/ver para todos os lados | imprevistos | a cada abertura uma nova relação que vela e revela a partir da incisão precisa do estilete | destruição/invenção
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*livro de psicologia
repetir procedimentos n2 noutro ambiente. Outra mídia base, outros assuntos, outras tintas.
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*catálogo de moda feminina
*catálogo de exposição de arte brasileira
apagar e inserir | branco | resíduo | indício | parede | descascar | destruição/invenção
repetir procedimentos n1 noutro ambiente. Outra mídia base, outros assuntos, outras tintas.
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*revista de móveis e decoração
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rasgar | des-colagem | cor-em-contato-com-cor-muda-cor | ler/ver para todos os lados | imprevistos/
acidentes | a cada abertura uma nova relação | destruição/invenção
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foto: R.O.
Paula Viana
Paula Viana
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/ 2013-2016
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